Antes de tudo, o que chama a atenção é o nome
do filme. É curioso um filme brasileiro intitulado Bufo & Spallanzani. E com a sinopse lida, a curiosidade
aumenta, pois se trata de um mistério, uma trama investigativa daquelas não típicas
do cinema nacional. E realmente foi. Bufo
& Spallanzani mostra que o
Brasil pode e consegue fazer boas obras fora dos temas sociais e dos apelos
corporais, uma demonstração que nosso cinema é sólido e versátil. E logo no
início a expectativa cresce, e não decepciona aqueles que buscam uma dose de
suspense com tons nacionais. Na história há mortes misteriosas, detetives
analíticos, romance, traição, e sapos à vontade (o nome Bufo remete a uma
espécie de sapos, por isso o título). Um dos ganchos interessantes do filme é
resolver uma suposta morte, que na verdade se trata de um estado temporário de
coma profundo causado pela mistura do veneno do sapo Bufo com uma planta, que
deixa o individuo como se estivesse morto, mas de fato não está. Outro ponto é
desvendar a morte de uma mulher rica, supostamente tida como suicídio, mas
cercada de aspectos ocultos que envolvem vingança e amor. O elenco conta com José
Mayer, que foge da sua comum caracterização como galã conquistador e interpreta
um investigador perspicaz; Tony Ramos, que também fez um bom papel como um
policial obstinado; Gracindo Junior, como o marido traído e mau caráter; e a
participação especial de Maitê Proença, como a mulher misteriosamente morta ou
suposta suicida. O desenrolar da trama é instigante, e não há a excessiva ação
de filmes policiais, e sim maciços diálogos que prendem a atenção do
espectador. Porém, esperava um final mais grandioso, um pouco menos simplista
no desfecho. Mas tem uma reflexão coerente em torno de sua conclusão, que nos
faz pensar no caráter relativo do certo ou errado, ou seja, da natureza ambígua
do ser humano. Não é um filme top 10, mas tem seu espaço na nova safra de
ousadas produções brasileiras que apostam em temáticas inovadoras para a sétima
arte no país.
ja tinha curiosidade de ver o filme, mas agora deu mt mais! excelente resenha!
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