Escrever é algo louco. Parece
uma tormenta de pensamentos conduzidos por um furacão de impulsos e desejos. Às
vezes penso: escrever para quê? Ou melhor: por que? Ou profundamente: para
quem? Não sei o que me conduz a colocar palavras soltas, muitas sem lógica ou
razão,em um papel que se encontrava nulo. Hum..., (...) talvez esteja aí um
motivo! O papel!!! O papel nulo!!! Talvez não quisesse que permanecesse mais
vazio, solitário, sem função alguma. O papel estava lá, esperando alguém
desvirtuá-lo e tirar-lhe a pureza, a brancura, a paz, e o transformar num
aglomerado de fragmentos estranhos a ele. Talvez esteja aí um real motivo de
escrever: um simples papel. Muitos devem pensar que isso é algo absurdo e digno
de desprezo. Outros acharão que estou em delírio insano ou que não estou
saudável para com as minhas faculdades mentais. Pois digo a você, leitor: não, não
se trata de banalidade ou alucinação. Se trata do simples fato de que não
escreveríamos se não tivéssemos algo pronto para nos receber, algo virgem e
intocável para podermos desconfigurá-lo. O papel em branco nos oferece tudo que
precisamos: a ausência. É dessa ausência que se faz a presença, que se constrói
a vida em palavras, que se desestrutura os sentimentos e se molda fragmentos. Agradeço
sinceramente ao papel em branco, nulo ou vazio a chance de poder esboçar uns
traços dos meus devaneios e perturbações.
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